A Cidade Livre, atual Núcleo Bandeirante, foi o local onde os operários eram recrutados para trabalharem na construção de Brasília. A cidade foi aberta pela Novacap, no final de 1956, para fazer parte das obras de infra-estrutura, necessárias à construção da nova capital.
Os comerciantes instalados na Cidade Livre tinham direito de uso do terreno sem custos, pelo prazo de 3 anos, daí a origem do nome. A idéia era de extingui-la, em 1960, com a inauguração de Brasília. O que não ocorreu devido a um movimento de moradores e usuários da cidade que reivindicavam a sua fixação. A Lei nº 4.020 de 20/06/61, do Congresso Nacional, criada durante o governo João Goulart, decretou a fixação da Cidade Livre. Com isso, o movimento passou a lutar pela implantação da infra-estrutura necessária a uma cidade: água, luz, rede de esgoto, pavimentação, entre outros. Com a deposição de João Goulart, em 1964, pelo golpe militar, o movimento começou a enfraquecer. Naquele momento, os movimentos sociais organizados passaram a ser vistos como foco de agitação política, o que culminou com a prisão do líder do movimento, acusado de ser comunista.
Hoje, o Núcleo Bandeirante é uma Região Administrativa de Brasília, com aproximadamente 36.000 habitantes. Não dispõe de autonomia político-administrativa, sendo seu administrador indicado pelo governador de Brasília. Totalmente urbanizada, a cidade possui um comércio forte, onde se destaca o setor atacadista.
São vários os pontos turísticos, destacando-se a Igreja da Metropolitana, construída em madeira e tombada pelo Patrimônio Histórico; a Paróquia Dom Bosco, erguida no mesmo local onde o Padre Roque iniciou a construção original em madeira; o Mercadão, antigo Mercado Diamantina, que abriga comércio diversificado e restaurantes de comidas típicas de vários estados, principalmente do nordeste; a Casa do Pioneiro, construção em madeira onde funciona uma Biblioteca Pública; e o Museu Vivo da Memória Candanga, conjunto formado por construções em madeira, e pela Escola do Saber Fazer, que oferece cursos de artesanato, principalmente cerâmica, aos menores da cidade.
Patricia Faria
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